quarta-feira, 17 de maio de 2017

Superelevação da Pista

Superelevação


Nas curvas horizontais que a direita à esquerda os veículos recebem uma força centrífuga calculada pela fórmula F
, onde W é o peso do veículo, v=velocidade (m/s), g a gravidade e R o raio da curva. Quando está força vence a dos atritos dos pneus com o pavimento, o veículo perde a estabilidade. Para colabora com o atrito dos pneus, aumentando a força de resistência eleva-se a parte externa da pista.

Como F 
F temos  

 ou 


Como  temos  

A superelevação máxima recomendada pelo manual A.A.S.H.O (American Association State Highways Officials) 12% para estradas secundárias.



Onde:
f= Coef. De atrito
v=Velocidade em m/s
g=Gravidade (m/s²)
R=Raio
    e=Superelevação

Os manuais AASHO recomendam o uso de um valor f, dependendo de diversos fatores, tais como: estado dos pneus, tipo de pavimentação, condições climáticas, mas principalmente velocidade. Aproximando nos seguintes valores:
Velocidade (km/h)
F
80
0,16
100
0,14
120
0,12
140
0,10

Manual AASHO


Exemplo:
F=0,16 considerando razoável para a velocidade de 80 km/h e Raios de 200m, chegamos a uma superelevação razoável.
80/3,6= 22,22m/s
E= (22,22² / 9,8 . 200)-0,16 => 0,092 ou 9,2%

Exercício: uma estrada muita antiga e secundária, com o correr dos anos teve o aumento de tráfego e importância, chegando, nos dias atuais a merecer uma velocidade diretriz de 80km/h. Num certo ponto encontramos uma curva fechada (raio=120m) e sem superelevação.
1° hipótese: introduzir a superelevação necessária (f=0,16)
E= (22,22² / 9,8 . 120)-0,16 => 0,25 ou 25% (impossível, o máximo razoável é de 12%)
2° hipótese: aumentar o raio
  => R=22,22² /(9,8 (0,12+0,16)) = 176,33m com super elevação de 12% (0,12)
3° hipótese: reduzir a velocidade
 =18,33m/s ou 65,98 Km/h

Nesta última hipótese será necessário além de introduzir a superelevação de 12%, sinalizar com antecedência de ambos os lados com curva perigosa e reduzir a velocidade, limita-lo a 60km/h.

Manual de Superelevação da Pista

Vídeos Superelevação da Pista


terça-feira, 25 de abril de 2017

Curvas Horizontais de Concordância

Curvas Horizontais de Concordância


                Quando uma direção é mudada numa linha de transporte, torne-se necessário a colocação de uma curva de concordância. Para estradas, seja rodovias ou ferrovias, a curva mais indicada é a circular, isto é, um arco de circunferência.

Onde:
R=raio
PC=ponto de curva
PI=ponto de intersecção
PT=ponto de tangência
I=ângulo de intersecção ou interno
T=Tangente (distHoriz do PC ao PI = PI ao PT)
C=Comprimento da curva (em arco do PC ao PT)
D=grau da curvatura
360°/2πR = D/20 => D=3600/ πR

T=R*tg(I/2)
C/I=20/D = > C=I/D*20

Exercício

Calcule os elementos básicos para concordar a tangente inicial, cujo azimute é 58°12’ com a tangentes final (azimute 81°27’). A duas tangentes encontram-se na estaca PI (328+1,48m).
O raio adotado foi de 500,00m
D=3600/ πR = 2°17’31’’
I=(AzF-AzI) =81°27’ – 58°12’ = 23°15’ (AzI= Azimute Inicial e AzF=Azimute Final).
T=R*tg(I/2)= 500*tg(23°15’/2)=102,86m (5+2,86m)
C=I/D*20=23°15’/2°17’31’’*20 = 202,89m (10+2,89m)
Estaca PC = Estaca PI-T= 328+1,48m – 5+2,86m
Estaca PC= 322 + 18,62m
Estaca PT = Estaca PC + C = 322+18,62m + 10 + 2,89m
Estaca PT = 333 + 1,51m

Calculo da Curva Horizontal Circular

Método da locação das curvas


                O mais utilizado é os das deflexões, mais rápido e mais preciso que o método dos perpendiculares à tangente.

 

Exercício

Os dados são a do exercício anterior.
Cálculo das deflexões
Deflexão para cordas de 20,00m
>>d20=D/2 = 2,2818/2 = 1°08’45’’
Deflexão para locar a primeira estaca 323
>>d1,38=1,1459*1,38/20 =0°04’45’’
Deflexão para locar a estaca do PT
O arco da estaca 333 até o PT é de 1,51m
>>d1,51=1,1459*1,51/20 = 0°05’11’’

Estaca
Deflexão
Leit. Circ. Horiz.
Azimute da Tangente
PT
333+1,51m
0°05’11’’
69°49’26’’
81°26’52’’

333
1°08’45’’
69°44’15’’


332
1°08’45’’
68°35’30’’


331
1°08’45’’
67°26’45’’


330
1°08’45’’
66°18’00’’


329
1°08’45’’
65°09’15’’


328
1°08’45’’
64°00’30’’


327
1°08’45’’
62°51’45’’


326
1°08’45’’
61°43’00’’


325
1°08’45’’
60°34’15’’


324
1°08’45’’
59°25’30’’


323
0°04’45’’
58°16’45’’


322+18,62


58°12’00’’

∑ Deflexões = 11°37’26’’
I/2=11°37’30’’
A diferença entre o somatório das deflexões e o valor de I/2 foi provocado por aproximações nos segundos.

Locação da Curva Horizcircular



Referências bibliográficas
Alberto de Campos Borges – Topografia Volume 2

sexta-feira, 31 de março de 2017

Estrada de Rodagem

Estrada de Rodagem

Nivelamento Geométrico Composto

NIVELAMENTO: Chama-se genericamente de nivelamento, as operações que se executam em uma determinada região, nas quais colhem-se dados com o objetivo de se determinar à diferença de nível de pontos da superfície em relação a outros. nivelamento:
Chama-se genericamente de 
nivelamento, as operações que se executam em uma
determinada região, nas quais colhem-se dados com o objetivo de se determinar à diferença
de nível de pontos da superfície em relação a outros.

Definição: Neste tipo de nivelamento os dados são colhidos através de viradas horizontais. Consiste, portanto, em criar um plano horizontal e determinar as interseções deste plano com uma série de verticais levantadas nos pontos a nivelar e em seguida obter a distância vertical destes pontos ao plano de referência.


Nivelamento Geométrico Composto

Planta Baixa



Levantamento de campo

Estaqueia se o eixo de 20 em 20 metros com teodolito ou nível de precisão, lembrando que o teodolito tem bússola, para determinar o norte magnético, anota-se os ângulos horizontais nos PI (ponto de interseção).
Anota-se a Estadimetria do nivelamento de acordo com a tabela abaixo.






Seções Transversais



As escalas horizontais e verticais utilizadas nas seções são iguais diferentemente do perfil longitudinal.




Perfil Longitudinal



Desenha se o Perfil Longitudinal e traça o Greide inserindo o PIV sobre a tangente ou rampas, a declividade varia de acordo com a tabela abaixo.

Escalas
-Perfil Horizontal /Vertical deve ser igual 1/10.
Greide
-Rampa máxima 6% e mínima 1%.

Declividades Longitudinais
Até altitude 1000m acima do nível do Mar

Classes
Planas
Onduladas
Montanhosas
Especial
3%
4%
5%
I
3%
4%
6%
II
3%
4%
6%
III
4%
5%
7%

Os valores acima fixados deverão ser reduzidos de 0,5% para altitudes acima de 1000m



Curva Vertical
            A curva vertical é recomendada para concordar duas rampas é o arco de parábola. Duas rampas r1 e r2 cruzam-se em EV (estaca do vértice), sendo L o comprimento da curva vertical (sempre em projeção horizontal), a curva vertical começa em EI (estaca inicial) e termina em EF (estaca final).


Por exemplo r1=6% e r2= -4%
Se a estrada exige um raio mínimo de curva igual a 5000m, teremos:
a= 6% - (-4%) = 10% => L = 10% de 5000 = 500m.

Exercício

r1=-1,4%; r2=5,4%; R (raio)= 5000,00m.
L=4% de 5000m => L=200m com cordas de 20m = 10 estacas; n= n°estaca/2 => n=5

EV=431+0,00m Cota EV=312,420m
EI=EV-n = 431-5=426+0,00m
EF=EV+n= 431+5=436+0,00m

Cota EI=Cota EV-r1*L/2
Cota EI = 312,420-(1,4%*100) =313,820m

Cota EF=Cota EV+r2*L/2
Cota EF= 312,420+(-5,4%*100) =307,020m

e=(r2-r1) *L/ (10 estacas -2) = 4%*200/8=1,00m

y1=e/n²=1/5²=0,040m
y2=2²*y1=0,160m
y3=3²*y1=0,360m
y4=4²*y1=0,640m

As curvas verticais podem ser Côncavas ou Convexas.


É o que determina o sinal + ou – dos y e dos e.



Distância de Visibilidade

Classes
Planas
Onduladas
Montanhosas
Especial
400
300
200
I
300
200
130
II
200
130
70
III
130
70
0

D = 2(0, 5.v+0,01v²)

Onde V = Ponto de vista do motorista (1,20 altura nas estradas com pista independente a distância simples de visibilidades será metade dos valores fixados).

Largura das pistas de Rolamentos

Classes
Largura (m)
Especial
7,50
I
7,00
II
6,00 a 7,00
III
6,00 a 7,00


Super Largura

Onde:
S = Super largura em metros.
N=Número de faixas de tráfegos.
R=Raio de Curvatura
V= Velocidade diretriz (km/h)
B=Distância entre os eixos da parte rígida do veículo (b=6)


Inclinações transversais de trechos em curvas
Classes
Raio
Inclinação
Raio
Inclinação
Especial
<= 480
10%
>=800
2%
I
<= 360
8%
>=660
2%
II
<= 200
8%
>=440
2%
III
<= 200
8%
>=440
2%

Variação Transversal 0,5% para cada 20,00m



Acostamentos
Classes
Planas
Onduladas
Montanhosas
Escarpadas
Especial
3,00
2,50
2,00
1,50
I
2,50
2,00
1,50
1,20
II
2,00
1,50
1,20
1,00
III
1,00
1,00
1,00
0,80

Declividades dos acostamentos 5%.


Faixa de Desapropriação
É de 50, 25 de cada lado do eixo.

L = I.R
I= I1- I2 onde I =Inclinação do Greide; R= Raio da Curva Vertical.

Exemplo:
I1=5%; I2 = -3% => I= 8% =0,08
L=0,08*2500m
L=200
H = i.L/8 => h =0,08 x 200 /8 = 2
T = L/2 = 100m


Referências bibliográficas
Alberto de Campos Borges – Topografia Volume 2
Rafael do Amaral – Estrada de Rodagem
            Imagens do Google